10 Coisas que Você Precisa Saber Sobre Tours na Mongólia

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Texto: MONICA MORAS      Fotos: EDUARDO VIERO

A Mongólia já foi um grande império na época de Gengis Khan, mas hoje é apenas um país pobre que guarda uma riqueza histórica, cultural e natural incrível. Fomos para a Mongólia através da Transiberiana vindos da Rússia, passamos dias incríveis no país, e saímos de avião para a China no visto de 72 horas. Mas como é um país em que o turismo não é uma prioridade a ser desenvolvida, é bom que você saiba 10 coisas antes de se aventurar pelo país.

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1. Escolher a Agência de Turismo

Essa é a parte mais importante de todas na Mongólia. Tem que ser um lugar que permita se sentir confortável com todo o roteiro, com o tempo de duração dele, que ofereça guia que fale inglês, um motorista que tenha crescido na região a ser visitada, que ofereça hospedagem e todas as refeições incluídas.

Existem agências/hotéis/hostels que tentam empurrar pacotes prontos com coisas que talvez você não queira fazer, ou vão dizer que não existe nenhum lugar que permita alterar o roteiro ou tempo dele, ou ainda vão sugerir que você faça tudo por conta própria de uma maneira absolutamente irreal. Fuja dessa gente sem olhar para trás!

Existem muitas agências honestas, que permitem que monte o próprio roteiro de acordo com o que se quer ver, que ajudam a encaixar isso no tempo que você tem disponível e por um preço muito justo se pensar na realidade do país.

Nós, mais um outro brasileiro e um casal de italianos nos conhecemos no hostel e tínhamos quase os mesmos interesses, acordamos o que que cada um queria ver e então escolhemos a agência de um holandês que deu a volta ao mundo de bicicleta e que oferece tours personalizados. A agência é a Tseren Tours fica atrás do Café Amsterdam, pertinho da State Departament Store. Dissemos tudo que gostaríamos de fazer, o nosso tempo disponível e que queríamos um tour que nos permitisse parar a qualquer momento para fotografar.

Pagamos US$ 150,00 cada um com tudo incluído (guia em inglês, motorista local da regional que visitaríamos, alimentação, família nômade, sacos de dormir, etc), menos a bebida alcoólica e água mineral fora das refeições. No hostel que estávamos, o pacote mais barato custava US$ 300 para cada um, com várias coisas que não queríamos fazer e sem liberdade de fazer nada (como parar na estrada pra ver/fotografar os cavalos selvagens). Tudo isso numa van russa! 

Veja o post ROTEIRO PELA MONGOLIA CENTRAL

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2. Famílias Nômades

Bem, as famílias são nômades e às vezes elas simplesmente vão ter se mudado quando você chegar lá! Aconteceu conosco na segunda noite, e uma outra família que não costumava receber turistas nos acolheu, pois as tendas são erguidas em 30 minutos.

A nossa família foi bem receptiva e gentil. Não interagimos muito por causa da barreira da língua, mas a nossa guia (que falava inglês) fez o melhor que pode para que nos entendêssemos e participássemos de alguns rituais de boas vindas. 

Quando a família nômade cria ovelhas além de cavalos, eles montam também um cercado para que elas não fujam ou se percam. Sobre os cavalos, apenas os selvagens ficam amarrados enquanto a doma não é feita, e os demais ficam soltos. Todas as famílias ficam perto de rios. 

Dica de etiqueta com a família:

  • Na presença da família, mulheres sentam a direita da tenda e homens a esquerda;

  • É indelicado recusar as bebidas que eles oferecem (leite, vodka...);

  • Leve lembrancinhas para as crianças (brinquedos, balas...) e esteja disposto a brincar com elas.

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3. Para Dormir

Somente algumas famílias recebem turistas e por isso elas tem uma ger, uma tenda nômade mongol, específica para isso. O que não significa que é decorada ou tem algum tipo de iluminação. O tour oferece sacos de dormir, pois a estrutura da tenda tem apenas a cama. Nessas horas ter lanternas de cabeça faz toda diferença. 

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4. Usar o Banheiro

Não tem! No máximo um buraco enorme no chão com duas tábuas por cima e outras tábuas baixinhas para dar sensação de privacidade quando se está com a família. É necessário equilíbrio!

Mulheres idosas usam um traje especial tipo roupão que é só vestir e ir em qualquer lugar “resolver o problema”, visto que a Mongólia basicamente é tomada de planícies descampadas. Eu usei no sol do meio dia no espaço de uma família que não tinha nem o buraco no chão, e só passei calor, não vergonha, pois ninguém olha de tão comum que é.  

Normalmente no tour eles levam um desses para as turistas quando estão junto com as famílias. Mas na estrada é necessário ir no descampado da Mongólia mesmo sem roupão. 

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5. Tomar Banho

Só de rio! O Eduardo, que cresceu indo para fazenda, se jogava na água fria do rio mais próximo, independente das sanguessugas. Eu preferia apenas jogar água em mim mesma e ter sempre lencinhos umedecidos. 

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6. Refrigeração de Alimentos e Bebidas

Energia elétrica é um luxo e além disso os asiáticos, principalmente os mongóis, acreditam que bebidas geladas não fazem bem para a digestão, o que faz todo sentido pela quantidade de gordura consumida diariamente por eles.

No tour, o guia compra carnes pouco tempo antes de preparar a refeição em armazéns com refrigeradores de pequenas vilas que eles já conhecem. As famílias nômades carneam os próprios animais para consumo quase imediato. Como nós crescemos com famílias que tem fazenda e não somos vegetarianos, não foi chocante ver a avó da família limpando um cabrito depois de carneado. 

E por falar nisso, se quiser uma cerveja ou vodka, tem que aproveitar as paradas na estrada para comprar. E tem que beber gelada logo ou se acostumar com a ideia de tomar ela quente quando chegar na família nômade, pois nem a água do rio é gelada o suficiente para amenizar a situação.

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7. Na Estrada

Existe uma estrada mal conservada que corta o país e algumas ramificações. O resto são pedaços de asfalto mal conservados e estradas de chão sem nenhum tipo de sinalização ou iluminação. É impossível andar sozinho pelo país (ou bem perigoso se arriscar). E quando pegar um tour, o motorista precisa ser um local da região a ser visitada, pois somente ele sabe para onde ir. Digo que é arriscado andar sozinho, porque se acontecer algo, você realmente vai estar sozinho!

Aconteceu: No nosso primeiro dia, uma pick-up em alta velocidade vinha no sentido contrário e de repente ela perdeu o controle e começou a andar em zigue-zague na estrada cruzando a nossa frente a poucos metros e entrando no descampado. Por agilidade nosso motorista freou a tempo e ela não capotou por sorte, apesar de ter andado muitos metros dentro da vegetação. Apavorados com o que vimos, fomos ajudar e descobrimos que o rapaz havia dormido na direção e perdeu o controle do carro. Ninguém se machucou, mas nosso motorista precisou usar seus conhecimento em mecânica para fazer o carro pegar novamente.

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8. Os Cavalos Selvagens da Mongólia

Os cavalos da Mongólia fazem parte da alma do país. Para as famílias nômades, os cavalos são essenciais. As crianças aprendem a montar já aos 4 anos e tratam eles como seus animais de estimação.  Tem muitos cavalos pela estrada, mas como não se sabe se são selvagens ou não, é melhor fotografar com uma lente teleobjetiva, por questões de  segurança. A melhor opção é fotografar os cavalos da família nômade, que sempre tem cavalos domados e alguns selvagens. O motivo de termos ido parar a Mongólia, foi para ver os cavalos selvagens.

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9. Fotografar Pessoas

Até agora os mongóis foram as pessoas mais expressivas que já encontramos, principalmente as crianças. Eles não precisavam falar ou fazer nada, bastava serem eles mesmos. É sempre bom perguntar antes de fotografar e normalmente eles não se recusam.

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10. Visitar Templos

A maioria deles precisa pagar para visitar. Alguns também permitem fotografar (de fora), mas é necessário um pagamento extra. Nós não pagamos para fotografar.

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Eduardo e Mônica

Somos Eduardo e Monica e estamos viajando o mundo desde 2014 e trabalhando com fotografia. O blog fala de viagem e fotografia e moramos no Sudeste Asiático, na Tailândia.

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