Como Planejar um Roteiro pelo Sudeste Asiático: 15 Dicas Essenciais
Quando você olha para o mapa do Sudeste Asiático pela primeira vez, é normal achar que dá para “encaixar tudo” em 15 ou 20 dias. Eu também pensei assim na minha primeira viagem. Só que a realidade é bem diferente: distâncias que parecem curtas podem consumir um dia inteiro de deslocamento, o clima muda muito de um país para outro e cada destino exige um ritmo próprio.
Ao longo dos anos, vivendo na Tailândia e viajando com frequência pela região, aprendi a planejar roteiros de forma inteligente, econômica e realista. Esse post reúne tudo o que eu gostaria de ter lido antes da minha primeira viagem.
Resumo Rápido
O Sudeste Asiático é um dos destinos mais intensos e fascinantes do mundo. Mas montar um roteiro aqui não é simples: são muitos países, distâncias longas, diferenças culturais e climáticas, além de questões práticas como vistos, transporte, bagagem e até golpes comuns. Desde que me mudei para a Ásia em 2014, já viajei inúmeras vezes por Tailândia, Vietnã, Camboja, Laos, Malásia e Indonésia, e reuni neste guia 15 pontos que vão facilitar a sua vida na hora de planejar a viagem.
15 Dica para Planejar um Roteiro pelo Sudeste Asiático
Planeje seu roteiro pelo Sudeste Asiático com 15 dicas práticas: clima, deslocamentos, vistos, segurança, saúde e mais. Guia completo para sua viagem.
1. Entender o mapa e as distâncias
O primeiro erro de quem planeja uma viagem ao Sudeste Asiático é subestimar o mapa. As distâncias enganam: o que parece perto pode exigir avião, ônibus e barco no mesmo dia.
Um exemplo clássico: Phuket até Koh Tao. No mapa parece simples, mas na prática são de 10 a 12 horas de deslocamento, com troca de barco, van e ônibus. E nem sempre há conexões diretas entre ilhas ou cidades, às vezes você precisa voltar para Bangkok ou outro hub maior para seguir viagem.
👉 Dica prática: sempre considere o tempo de deslocamento no seu roteiro. Não adianta colocar quatro cidades em dez dias se dois deles vão ser gastos apenas em transporte. Para simular distâncias, use o 12Go Asia, um buscador de passagens terrestres e marítimas.
2. Quando ir
O clima no Sudeste Asiático é tropical, mas não significa que seja igual em todos os países. As monções variam muito, e a escolha da época certa pode mudar toda a sua experiência.
Alta temporada (dezembro a fevereiro): céu azul, calor agradável e preços mais altos.
Baixa temporada (maio a setembro): mais chuva, preços mais baixos, menos turistas.
E há contrastes que pouca gente imagina. Em janeiro, Bangkok pode estar a 30 °C, mas em Hanoi as temperaturas caem para 10 °C, e em Sapa pode até nevar. E enquanto o sol está lindo em El Nido, a chuva é intensa em Bali.
👉 Dica prática: se for visitar mais de um país, tente alinhar o roteiro para coincidir com a melhor época em dois ou três destinos.
3. Deslocamentos e ordem do roteiro
Viajar dentro do Sudeste Asiático é relativamente barato, mas exige planejamento.
Voos internos: companhias low cost como AirAsia, Lion Air e Scoot oferecem preços excelentes, mas cobram caro por bagagem. A bagagem de mão, em geral, é de 7kg (Scoot é 10kg). Você pode pagar para levar mais quilos na bagagem de mão, porém o valor é semelhante ao despacho de mala de 20kg.
Trens e ônibus: bons no Vietnã e na Tailândia, mas às vezes o preço é quase o mesmo de voar, com muito mais tempo de viagem. Use o trem quando ele realmente fizer sentido ou seja única opção, como ir para Sapa ou cruzar o Laos.
Motos: super comuns para deslocamentos curtos, mas perigosas. Sem habilitação internacional e categoria correta, o seguro não cobre acidentes. O trânsito é agressivo e perigoso na Asia.
👉 Dica prática: monte seu roteiro em linha. Exemplo: norte da Tailândia → norte do Vietnã → sul do Vietnã → sul da Tailândia. Assim você evita perder tempo em idas e voltas.
4. Bagagem
Aqui, menos é mais. O clima é quente e úmido, e você vai querer roupas leves, fáceis de combinar e que sequem rápido.
Leve uma toalha de microfibra (essencial para praias).
Uma mochila pequena para passeios curtos.
E um cadeado para a mala.
Além disso, serviços de lavanderia são baratos e rápidos, você não precisa carregar o armário inteiro.
5. Segurança
O Sudeste Asiático é relativamente seguro, mas há golpes comuns: tuk-tuks que dizem que o templo está fechado, táxis sem taxímetro, “joias” vendidas como raridades. Atenção especial para as pérolas. Há formas de saber se são ou não verdadeiras.
Outro ponto crítico é o trânsito. Muitos turistas alugam motos sem nunca terem dirigido antes, e acidentes são frequentes. Sem habilitação internacional para categoria moto, você fica sem cobertura do seguro viagem.
👉 Dica pessoal: em Singapura, o rigor é extremo. Já houve casos de turistas barrados porque o teste toxicológico acusou consumo de drogas até duas semanas antes da viagem.
6. Saúde
Seguro viagem é obrigatório em alguns países e deve incluir cobertura para esportes, porque até passeios de barco entram nessa categoria em algumas seguradoras.
Vacinas recomendadas e/ou obrigatórias: febre amarela, hepatite.
Água sempre engarrafada para beber.
O gelo, em geral, é seguro, porque é feito com a mesma água da comida.
👉 História real: uma leitora alérgica a camarão fez uma capinha de celular com a frase “I’m allergic to shrimp” em inglês e tailandês. Isso salvou a viagem dela.
7. Hospedagem
Você encontra de tudo: hostels para socializar, hotéis de preço médio e resorts de luxo. Eu prefiro usar o Booking, pois tenho o programa gênios e pelo app sempre tem muitos descontos e vantagens. Gosto muito de usar o Klook, que tem ótimos descontos em cidades onde há mais passeios na plataforma.
Não gosto do Agoda, pois os descontos não são claros (se é para o dia ou para o período), e tenho relatos de leitores que ficaram sem hospedagem, pois optaram por pagar na hora no checkin. E se algum hospede pede para estender a estadia, o hotel (sem garantia de que você vai chegar), cancela a sua reserva e dá o seu quarto para o hospede que está garantindo o pagamento.
O Airbnb, no entanto, não funciona bem em todos os lugares. Em algumas cidades há exigência de estadia mínima de 30 dias, e até turistas podem ser responsabilizados se houver denúncia.
👉 Dica prática: na hora de escolher, a localização importa muito mais do que a nota do hotel, já que muitos comentários falam mal de coisa comuns no Sudeste Asiático, como café de manhã muito asiático (afinal a maioria dos viajantes são asiáticos), banheiro sem box (é comum em hotéis até 3 estrelas),
8. Passeios
Nem tudo deve ser reservado antes.
Reserve online: passeios, como para Angkor Wat, Halong Bay, passeios de ilhas famosas na Tailândia e passeios gastronômicos.
Compre na hora: ingressos para templos e transfers de aeroporto para voos internos. Para voos internacionais, sempre deixe tudo organizado com antecedência.
Sempre evite atrações que exploram animais, como passeios de elefante e “templos de tigres”.
As plataformas que usamos e podemos recomendar por experiência própria: Viator (mais opções me inglês), Klook (focado em Asia, em inglês), Get Your Guide (mais opções de passeios em inglês, português e espanhol), Phi Phi Brazuca (português apenas na Tailândia)
9. Vistos e regras de entrada
As regras variam de país para país: alguns têm isenção, outros exigem e-visa ou VOA.
Passaporte: validade mínima de 6 meses.
Vietnã: se for entrar e sair mais de uma vez, precisa de visto múltiplas entradas.
Todos os países têm algum formulário de entrada (arrival card, e-visa, etc).
10. Dinheiro e custos
Dinheiro vivo ainda é essencial.
Casas de câmbio: seguras e com boas taxas (na Tailândia, a Super Rich é a mais famosa).
ATMs: cobram taxa por saque.
Diferença de custos: Singapura é caríssima, mas Laos e Camboja são incrivelmente baratos.
11. Chip de internet e conectividade
Ter internet é indispensável para usar transporte, mapas e tradução.
Chips físicos são vendidos nos aeroportos.
eSIMs como Airalo funcionam muito bem.
👉 Dica prática: mesmo os vilarejos mais remotos costumam ter internet rápida e barata.
12. Cultura, etiqueta e responsabilidade
Aqui mora um dos maiores choques culturais.
Em templos, cubra ombros e joelhos.
Sempre tire os sapatos antes de entrar.
Barganhar é normal em mercados, mas faça com respeito.
Evite roupas de praia em cidades religiosas como Chiang Mai.
👉 Reflexão pessoal: isso não é moralismo, é só uma questão de respeito.
13. Comida e higiene
A gastronomia é um dos grandes destaques da viagem. E sim, a comida de rua é segura na maioria dos casos.
Prefira barracas movimentadas.
Regra do 10 x 1: se tiver 10 locais e 1 estrangeiro, é bom sinal.
Água só engarrafada, mas dá para escovar os dentes com água da torneira.
👉 Dica pessoal: algumas das melhores refeições da minha vida vieram de um banquinho de plástico na calçada.
14. Seguros e emergências
O seguro viagem cobre acidentes de moto, hospitalizações e extravio de bagagem.
Guarde contatos de hospitais internacionais.
Tenha cópias digitais de documentos importantes.
A Seguros Promo oferece diversos seguros, porém os que têm um melhor atendimento no Sudeste Asiático são Afinity e My Assist Trip.
15. Tempo ideal de viagem
Esse é um dos pontos mais negligenciados.
Tailândia: pelo menos 10 a 15 dias.
Vietnã: 2 a 3 semanas.
Camboja e Laos: 5 a 7 dias cada (se for só Siem Reap ou Luang Prabang).
👉 Dica prática: é melhor visitar menos países e aproveitar mais, do que tentar abraçar tudo de uma vez.
Planejar um roteiro pelo Sudeste Asiático é um exercício de paciência e estratégia. Mas se você considerar esses 15 pontos, sua viagem será muito mais fluida, barata e segura.
Desde que me mudei para a Ásia, aprendi na prática que aqui tudo funciona em outro ritmo: nada é tão rápido, mas quase tudo acaba dando certo. Viajar pelo Sudeste Asiático é mergulhar no caos, se perder nos detalhes e, ao mesmo tempo, descobrir lugares que mudam a forma como você enxerga o mundo.
Quem corre, perde. No Sudeste Asiático, viajar devagar é a verdadeira arte de aproveitar.
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🛏️ Hospedagem: Booking
🧳 Seguro Viagem: Seguros Promo ou Real Seguros
🎟️ Passeios e Ingressos: Viator, Klook, Get Your Guide
🎟️Passeios em Português na Tailândia: Phi Phi Brazuca
🚆 Transporte: 12Go (trens, vans e ônibus)
📶 Chip de celular internacional: Airalo (eSIM)
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Mônica Morás é autora do blog Eduardo & Mônica, onde publica roteiros completos e conteúdos de viagem baseados em mais de 70 países visitados, com foco no Sudeste Asiático e destinos fora da rota tradicional. Hoje, além de produzir vídeos, também oferece consultorias personalizadas para quem quer viajar com mais autonomia e segurança. Acompanhe também no Instagram: @monicamoras.
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